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Psicoterapia, resiliência e saúde mental

Por | Abordagem psicanalítica, Dinâmicas disfuncionais, Psicanálise, Terapia de casais, Terapia familiar | Nenhum Comentário

Assim como o girassol busca pela iluminação do sol para crescer e florescer, a busca pela saúde encontra-se intrínseca ao ser humano. Desde que nenhuma condição atmosférica, do solo ou da própria planta prejudique o seu desenvolvimento, o girassol mantém o seu potencial criativo e estético pelas suas cores vibrantes e seu porte radiante. Acontece que algumas situações específicas e danosas podem  gerar retração, pontos de fixação e até mesmo bloqueio do desenvolvimento que, a princípio, deveria ser saudável.

O mesmo podemos observar ao longo  do desenvolvimento psíquico. Algo vivido da ordem traumática como experiências e vivências infantis que podem causar danos ao psiquismo, podem transformar-se em um obstáculo radical ao pleno desenvolvimento do indivíduo, à paralisação de sua potencialidade criativa, ao não florescimento de sua capacidade de resiliência, e cristalizar-se como um impedimento ao processo natural de busca do bem-estar consigo mesmo e com o ambiente.

Muitas vezes um broto de um girassol não consegue se desenvolver pela falta de algumas condições ambientais adequadas, porém, quem se interessa pela produção do girassol, naturalmente estuda detalhadamente todos os aspectos que possam interferir no seu processo de cultivo e crescimento.

Quando pensamos no processo de aprendizagem infantil, costumamos lembrar com maior foco das questões da aprendizagem escolar e esquecemos, não raras vezes, que a criança está passando por um processo de aprendizagem global, inclusive das habilidades necessárias à socialização, da capacidade de resiliência para a superação de conflitos e frustrações. Todo este desenvolvimento exige dos educadores um conhecimento profundo do que representa o psiquismo infantil, suas nuances psico-afetivas, sua possibilidade de gerenciar emoções, seu potencial de percepção, processamento e absorção do mundo adulto, com todas as suas razões e incoerências. Entretanto, quando os educadores se vêem obrigados a olhar as dificuldades que uma criança vem enfrentando no seu dia-a-dia, passam a dar mais valor a esta etapa do desenvolvimento e precisam mudar seus hábitos e condutas educativas, sentem-se impotentes para reverter situações familiares que já mostram sinais de adoecimento. A falta de conhecimento sobre a psicologia infantil pode levar a erros grosseiros dos educadores que podem prejudicar a construção da autoestima e autoimagem infantil, podem levar ao cultivo de medos e terrores, à inibição da criatividade, e até à impossibilidade de auto-aceitação, se não souberem lidar com equilíbrio com as falhas infantis.

Pais e educadores que repetem os modelos educativos nos quais moldaram suas personalidades resistem a questionamentos de suas incoerências, e, ao não conseguirem estabelecer um equilíbrio entre as demandas pessoais e as demandas geradas pelas dinâmicas familiares, sentem-se perdidos e atuam como se estivessem em um laboratório, onde o ensaio-e-erro é permitido. Dinâmicas familiares em que se perdem os referenciais de equilíbrio emocional podem prejudicar o desenvolvimento da capacidade infantil e futuramente do adulto, de resiliência. Entretanto, as questões que permeiam uma convivência familiar estão impregnadas de vivências e experiências mal resolvidas que marcaram as histórias dos pais e/ou educadores e mantêm-se arquivadas em redutos da memória inconsciente. Os conflitos transgeracionais tendem a se repetir até que algum evento muito impactante na história familiar possa reorganizar os elos desta cadeia de repetições incorrigíveis e inconscientes, aos quais os pais também foram expostos de maneira imperativa e indefesa.

Sem dúvida, hoje a psicanálise e as neurociências detêm muita informação para colaborar para um conhecimento mais aprofundado dos requisitos essenciais para o desenvolvimento psíquico infantil com saúde, qualidade e construção de valores e ferramentas necessárias à condução de um adulto saudável, resiliente e capaz de alcançar o bem-estar. A psicoterapia familiar e a psicoterapia de casais também podem representar possibilidades valiosas que contribuem para a reordenação das dinâmicas familiares, tanto no âmbito de tratamento como de prevenção. Casais e famílias que encontram um espaço terapêutico para elaborarem suas percepções, dúvidas e questionamentos, podem construir ambientes  emocionais mais favoráveis ao desenvolvimento familiar e individual de seus integrantes com mais equilíbrio e fluidez nas relações de afeto.

 

 

Catarina Rabello
Psicóloga Psicanalista Crp 30103/06

Psicanálise e Psicoterapia
Terapia de Casais
Terapia Familiar

contato@psicatarina.com

 

Terapia de Casal e Questões de Gênero

Por | Terapias de Casais | Nenhum Comentário

Os conflitos do relacionamento conjugal constroem-se independentemente das orientações sexuais por tratarem-se de questões essencialmente humanas e não especificamente de gênero, embora as questões de gênero possam, por vezes, representar um fator a mais nos desentendimentos entre os casais.

Questões como carência de afeto, inveja, ciúmes, agressividade, competitividade, acomodação, desinteresse sexual e bloqueios emocionais são queixas frequentes no atendimento a casais em crise. As questões de gênero, por sua vez, podem interferir  quando um ou outro parceiro apresenta conflitos e inseguranças em relação à própria identidade de gênero e/ou sexual. Dúvidas quanto à estabilidade da relação, sentimentos de rejeição e solidão e idealizações e frustrações são problemas que atingem os casais em crise, estejam ou não associados às questões de gênero. Os problemas que se somam a uma crise no relacionamento e transformam as possibilidades de convivência em um campo cada vez mais árido devem ser analisados em um processo terapêutico de terapia de casal com profissional especializado.

A formação e o crescimento da família também costumam ser fontes de dúvidas e conflitos, pois exigem do casal muito diálogo e parceria até encontrarem um consenso quanto aos ideais e possibilidades de ambos. As mudanças socioculturais exigem adaptações que interferem na dinâmica dos casais, tanto na  decisão de ter ou não ter filhos como na divisão de tarefas e papéis familiares. As dificuldades advindas das questões mal resolvidas da história familiar e as diferenças individuais na maneira de interpretar e reagir às situações, podem, aos poucos, comprometer a saúde dos parceiros, prejudicar a qualidade do relacionamento e gerar insatisfações profundas que podem levar a uma convivência doentia ou à separação conjugal.

 

De qualquer forma, casais em crise revelam que, em algum dado momento, a relação deixou de evoluir positivamente e os parceiros se fixaram em conflitos insolúveis, passando a conviver com altos níveis de estresse e tensão, muito mais do que com experiências prazerosas. Neste momento a relação tende a tornar-se insustentável,  manifesta intenso sofrimento psíquico, e pode inclusive desencadear sintomas psíquicos e psicossomáticos. Conforme as dificuldades de convivência vão se avolumando, a impossibilidade de diálogo e  de aceitação das diferenças individuais levam a um distanciamento cada vez maior. Estes e outros aspectos disfuncionais de uma relação em crise devem ser identificados e tratados em uma Terapia de Casal. Em casos em que um dos parceiros não aceita a proposta da terapia de casal, deve-se iniciar a psicoterapia individual com aquele parceiro que esteja mais disponível para o tratamento.

Este texto foi reatualizado e reeditado por Psicóloga Catarina Rabello

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae

Consultório São Paulo
(11) 970434427
contato@psicatarina.com
SP zona oeste:    Perdizes  R. Ministro Godoi, 1301
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Terapia de Casal e Efeito Cascata

Por | Terapias de Casais | Nenhum Comentário

O efeito cascata retrata uma dinâmica típica de casais em crise, com discussões que iniciam-se por motivos banais e vão avolumando-se a ponto de gerar ostensivas e violentas queixas e acusações relacionadas a eventos recentes ou passados que são relembrados constantemente. O efeito cascata tem o poder de transportar uma alta carga de energia com estresse e irritabilidade, transformando queixas e acusações em agressões verbais, podendo chegar até à agressão física, com alto poder destrutivo do controle racional e do próprio relacionamento, com manifestações ostensivas de raiva e ressentimento.

Como uma terapia pode ajudar os casais em crise?

O trabalho terapêutico com casais envolve técnicas que ajudam a melhorar a comunicação, o diálogo e, consequentemente, restaurar ou desenvolver a capacidade de se autoperceber e perceber melhor o outro com mais reflexão e sensibilidade.

Casais que não deixam uma crise permanecer por muito tempo, e buscam uma ajuda terapêutica antes de cristalizarem os conflitos têm  mais chances de recuperar a relação.

Aprender a conviver com o parceiro exige uma alta dose de sensibilidade e empatia. A capacidade de se colocar no lugar do outro pode ser desenvolvida à medida que o processo terapêutico avança, ampliando a autopercepção e a percepção do outro para seus limites, dificuldades  e potenciais.

O desejo de cuidar de um relacionamento, seja qual for a sua natureza, envolve a necessidade de olhar o outro como alguém que apresenta aspectos positivos a oferecer, mas também tem os seus limites, cuja proximidade pode voltar a ser prazerosa e portanto, vale a pena esforçar-se para tratar e reconduzir a relação para um caminho mais saudável.

Refletindo sobre o efeito cascata 

Lembre-se: As discussões contínuas e constantes não contribuem para uma relação melhor, nem resolvem o conflito em questão! Pelo contrário, são especialmente repetitivas, podem ser muito destrutivas para a relação, criam um distanciamento cada vez mais intenso, cristalizam mágoas profundas e levam embora o que havia sido construído de positivo na relação.

O efeito cascata em um casal em crise pode ser um fator desencadeante de brigas constantes, repetição de situações de perda do equilíbrio emocional, criando um ambiente hostil e perturbador  com consequências emocionais e psíquicas desastrosas para todos os envolvidos no conflito tanto para os casais em crise como para os filhos e outros membros da família que convivem no mesmo ambiente.

Vale a pena tentar compreender os mecanismos que permeiam as severas crises conjugais e buscar os recursos para uma convivência mais saudável e equilibrada ou, se necessário, para uma separação menos traumática através da ajuda da Terapia de Casal. Através do trabalho terapêutico com abordagens psicanalítica  e sistêmica é possível tentar reverter o efeito cascata e reorganizar os padrões de interação conjugal e familiar.

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae

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Tatuapé e Perdizes: Terapia de Casal e os espinhos do casamento

Por | Dinâmicas disfuncionais, Família, Psicoterapia, Terapias de Casais | Nenhum Comentário

..………..Em botânica, os espinhos das plantas são os elementos de defesa contra insetos e agressões do ambiente externo. Tanto em botânica como no relacionamento conjugal, maiores serão as defesas quanto maiores forem as probabilidades de ataque…………Em botânica, as defesas são transformações fisiológicas que se mantém permanentes e acabam fazendo parte da estrutura vital. Quanto ao relacionamento conjugal, pode ocorrer algo semelhante…

 

Toda defesa humana supõe um ataque iminente. Como compreender o trabalho da Terapia de Casais:

 

Identificar e modificar a dinâmica de defesa e ataque, no que diz respeito a  ligações simbólicas decorrentes de vários momentos da história conjugal, onde os espinhos foram as defesas necessárias à sobrevivência do casal ou dos parceiros individualmente, representa uma importante função da terapia de casais. 

Entretanto, se os espinhos se mantiveram rígidos,  mesmo na ausência de uma ameaça de ataque iminente, eles se manifestam como armaduras de proteção. Ocorre que prolongam um episódio de crises e conflitos, enrijecem o distanciamento afetivo conjugal,  e submetem o casal a altos níveis de angústia, sofrimento e estresse psicológico.

Na dinâmica de um casal em crise não se sabe mais qual dos dois parceiros assume primeiro a posição de ataque ou defesa agressiva. No interjogo da dinâmica conjugal conflitiva, os parceiros buscam  soluções às vezes de forma não tão consciente para fugir de um profundo sentimento de abandono pelo outro que se distanciou. Os espinhos da relação podem se manifestar de diferentes maneiras e até de maneiras opostas. Podem desenvolver desde a indiferença mútua, pouco contato físico, sexual, afetivo, evitações de diálogos e aproximação cada vez menor, até cultivar o hábito de iniciar brigas homéricas com elevado nível de agressividade e ausência total de diálogo. Tanto o cultivo do silêncio quanto da voz hostil, o grito e falas agressivas e ofensivas com muita frequência, podem transformar a relação em um vínculo patológico e insustentável. O estresse constante e permanente de um casal em crise pode levar a sintomas de depressão, ansiedade, doenças psicossomáticas e outras sintomatologias associadas à tristeza e insatisfação.

Vale a pena tratar as feridas provocadas pelos espinhos de uma convivência dolorosa, de uma relação em crise ou de um relacionamento doentio. A acomodação a uma situação de sofrimento na relação conjugal pode levar a um adoecimento psicológico gradativo e sujeito a sequelas. O atendimento a casais em crise se propõe a resgatar os aspectos saudáveis necessários para que cada parceiro consiga reencontrar-se consigo mesmo e procure soluções mais saudáveis e eficazes para a relação, no intuito de manter a saúde mental individual e conjugal, caso encontrem uma possibilidade de continuidade da relação.

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes

Terapeuta de Casais e Famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae

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Terapia de casal e suas Indicações

Por | Terapias de Casais | Nenhum Comentário

Tempo para tudo
“Tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião.

Há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de derrubar e tempo de construir.
Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de afastar.
Há tempo de procurar e tempo de perder; tempo de rasgar e tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar.”                        (Eclesiastes 3 1-7)

Quando um casal prolonga demasiadamente uma crise, provavelmente os parceiros já não conseguem ouvir-se mutuamente, não conseguem expressar-se bem ou não respeitam mais a subjetividade um do outro. Há o tempo de se aproximar e o tempo de se afastar, porém, transportar esta sabedoria para a relação amorosa demanda observação, dedicação, maturidade, tempo, e uma boa dose de tolerância. Muitos casais em crise não se permitem passar pelo tempo do amadurecimento do amor, e ficam à mercê de estruturas frágeis de relacionamento que envolvem o ciúmes, a mágoa e a competitividade, como as ondas que se dissolvem ao sabor do vento e acabam por morrer na praia. Alguns relacionamentos também podem se dissolver prematuramente se o casal não receber o apoio necessário para aprender a lidar com as diferenças individuais e descobrir que há formas saudáveis de minimizar as tensões que se formam ao longo da convivência.

Quando indicar a terapia de casal

Refletir sobre os tempos necessários de cada um pode ser o início de um processo terapêutico bem intenso. Interessante observarmos que as pontuações do texto de Eclesiastes envolvem sempre uma circularidade, como se pudéssemos enxergar o que ocorreu somente após a passagem de um tempo entre diversas etapas da vida em um processo cíclico e constante. A terapia de casal pode facilitar o reconhecimento dos tempos necessários de cada um, suas nuances, as possibilidades de compartilhamento ou até mesmo de fechamento de um ciclo. A terapia permite um olhar mais amplo pelo que foi reconhecido como o tempo de espalhar pedras e o que pode ser compreendido como o tempo de reuni-las. Será o tempo de rasgar ou de remendar, de prevenir ou de tratar? Isto não pode ser definido a priori. Cada casal tem um tempo necessário para elaborar o seu conflito e este tempo precisa ser respeitado individualmente durante o processo da  terapia de casal.

Permitir-se olhar para si e para o outro com um novo olhar, compreender as leis implícitas que cada parceiro transporta inconscientemente para o relacionamento, compreender os valores que regem os padrões de comportamento individuais, eis o início de um processo de reencontro com a saúde e com o amadurecimento.

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
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Terapia de Casal: um labirinto a ser percorrido

Por | Terapias de Casais | Nenhum Comentário

Há momentos na vida conjugal em que podemos nos sentir trilhando um labirinto sem saída. Giramos, giramos e não encontramos o caminho certo para sair do emaranhado em que nos encontramos. Fogem-nos os parâmetros e perdem-se as referências sob as quais teríamos a melhor opção a seguir. Felizmente, é possível parar e analisar mais objetivamente este momento tão difícil. Talvez seja o momento de pedir e aceitar a ajuda de um terapeuta. Como poderíamos interpretar uma ajuda terapêutica para um casal em crise? Como um guia, um acompanhante, um tutor ou um mediador? 

O terapeuta de casais pode assumir variadas funções, mas deve restringir-se a acompanhar o casal em sua própria trajetória ao invés de dirigi-lo a um caminho pré-estabelecido. O terapeuta pode assumir eventualmente a função de um tradutor quando a comunicação entre os parceiros encontra-se prejudicada pelos vícios de expressão ou pelas inúmeras interpretações mal conduzidas. O terapeuta também pode ajudar o casal a recuperar aspectos essenciais do relacionamento que se perderam ao longo do caminho, como por exemplo, ajudar os parceiros a focarem um olhar e uma escuta mais cuidadosa sobre questões difíceis da história do casal e resgatar o respeito e a sensibilidade que se perderam ao longo das crises e conflitos conjugais. Entretanto, em algumas situações, torna-se difícil para o casal estar aberto a trilhar um caminho novo. Já distante  das tentativas esgotadas e pela repetição dos intermináveis desentendimentos, a terapia às vezes é vista como a última saída e última opção após um grande desgaste e quase total perda de esperanças. Nestes casos, o terapeuta representa um elemento fundamental no resgate da esperança de que é possível reencontrar um caminho mais harmônico e trazer de volta a saúde da relação, já que o desgaste emocional pode ser tão intenso capaz de desencadear sintomas e patologias como depressões e outros transtornos psíquicos e psicossomáticos. 

Desde que a caminhada passe a ser menos ameaçadora, pode ressurgir no casal o prazer em caminhar junto, ou,  por outro lado, os parceiros podem descobrir que não desejam mais seguirem juntos e podem trilhar trajetórias diferentes, sem se destruírem mutuamente. De qualquer forma, desenovelar um emaranhado de fatores que produzem angústia, estresse, mágoa e tristeza pode favorecer uma sensação muito positiva de alívio, tranquilidade e capacidade para decidir o que for melhor para ambos. Nem sempre o sonho de compartilhamento absoluto se realiza, especialmente quando os choques de opiniões, valores e posturas que não eram percebidos ou valorizados no início da relação passam a pesar na balança. Deparar-se com a frustração de ideais quanto a um relacionamento não é algo fácil de elaborar, porém, as decisões tomadas a partir de uma terapia de casal podem transformar-se em um ponto de partida para uma caminhada mais amadurecida e saudável. 

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae

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