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fevereiro 2018

Tatuapé e Perdizes: Terapia de Casal e Família

Por | Abordagem psicanalítica, Dinâmicas disfuncionais, Família, Terapia de Casais Perdizes, Terapia de Casais Tatuapé, Terapia familiar sistêmica | Nenhum Comentário

O que trabalhamos na Terapia de Casal e Família?

Nas psicoterapias de Casais e Famílias os temas trabalhados são aqueles que foram capazes de gerar os grandes nós, crises ou conflitos familiares difíceis de solucionar e que impedem, de alguma forma, o diálogo e o bom crescimento da família. Através da terapia familiar e de casal o psicoterapeuta pode ajudar o casal a identificar quais são os aspectos do relacionamento que podem ser tratados, compreendidos, reintegrados e melhor elaborados. Este processo envolve bastante comprometimento dos participantes e é conduzido pelo terapeuta conforme a sua abordagem teórica.

Utilizo a abordagem psicanalítica, que apóia-se na conceituação de que grande parte dos conflitos de relacionamento têm origem nos conflitos individuais inconscientes mal resolvidos.

A abordagem sistêmica, por outro lado, contribui para a compreensão dos fatores sócio-histórico-culturais que interferem nas transformações da família, nos seus valores, nas interpretações dadas às situações vividas e nas dinâmicas familiares disfuncionais. Todos estes fatores interagem e se reatualizam nas experiências cotidianas da convivência conjugal e na construção de uma nova família.

Desenvolver a sensibilidade da escuta, ser cuidadoso ao se expressar, controlar as reações impulsivas, aprender a conhecer a si mesmo e perceber melhor o outro, são fatores que podem contribuir para uma interação conjugal e familiar com menos estresse e mais equilíbrio emocional, sendo mais fácil conviver com e apesar das diferenças individuais.

A vida em família se descortina em volta de uma mesa, em torno de momentos simples e cotidianos, outros únicos e especiais, porém, todos podem ser guardados em uma memória que preza as transformações da família, suas marcas históricas, suas evoluções e seus conflitos, e que, de uma maneira ou outra, podem encontrar uma resolução na busca do diálogo, como tento expressar no poema “À Mesa”.

 

À Mesa
Catarina Rabello

À mesa um lugar perfeito
Encontro de momentos inesquecíveis
entre uma refeição e outra
Lembranças
Digressão
Debates
Celebração

Em volta da mesa vemos crescer os filhos
Degustamos deliciosos vinhos
Escapamos em sonhos
Refrescamos o afeto
Pomos os pés no chão
Entornamos o caldo
Sentenciamos
Gritamos
Silenciamos
Pontuamos
Revisamos
Rimos
Choramos

Por último
Viramos a mesa
Mesa de cabeça para baixo
Quão importantes os seus pés
Nas estacas do equilíbrio
Quando ao reunirmos à mesa
A busca contínua de um  lugar
Espera incessante a renascer

O Vir a Ser
Ouvir E Ser

Um doce a mais ou sal a menos
Medida exata exercício contínuo
Em busca do limite
Um eterno convite
à individuação

Venha se juntar
ao entardecer
Jogar tanta conversa fora
Que o mundo todo
se surpreenda
A mesa sempre presente
testemunho forte e resiliente

 

 

 

Catarina Rabello
Psicóloga Crp 30103/06
Psicanalista membro efetivo Departamento de Psicanálise Instituto Sedes Sapientiae
Psicoterapeuta de Casais e Famílias
Coach Pessoal, Profissional e de Liderança SBC
Neuroeducadora CEFAC

 

Consultório: São Paulo (Capital)
contato @psicatarina.com
(11) 970434427

Perdizes: R. Ministro Godói, 1301
Tatuapé: R. Serra de Botucatu, 48

Interlocuções entre psicanálise e coaching

Por | Coaching, Cultura, Psicanálise | Nenhum Comentário

Estou comemorando 10 anos do meu blog e este é o meu primeiro post do novo site. Aproveito este espaço para apresentá-lo  a você e o convido a visitá-lo!

Escolhi o tema “Interlocuções entre Psicanálise e Coaching” aproveitando o momento atual em que se discute nas redes sociais a questão polêmica sobre os limites entre a atuação do coaching e as psicoterapias em geral. O coaching como  metodologia de desenvolvimento pessoal tem se expandido em progressão geométrica na sociedade brasileira e as vertentes de sua aplicação têm se tornado cada vez mais amplas. A metodologia do coaching passou a dialogar com outros campos do saber, em especial, com o saber psicológico e  sua atuação na área clínica. Na medida em que o objeto do coaching visa a mudança de comportamento dirigida à realização de desejos, sonhos, ideais e metas, ele se aproxima bastante das abordagens em psicologia clínica que também visam a mudança de comportamento, inclusive utilizando conceitos teóricos da TCC (terapia cognitivo-comportamental).

Por outro lado, conhecendo o objeto da psicanálise, o inconsciente e suas vicissitudes, os psicanalistas se perguntam: haveria uma  maneira de detectar os limites entre uma dificuldade pessoal trabalhada em um processo de coaching e as dificuldades que fazem parte de uma estrutura psíquica mais ampla?

Em minha experiência profissional de mais de vinte e cinco anos como psicóloga e psicanalista, penso que o limite é tênue entre a metodologia do coaching e as metodologias das psicoterapias, no que se refere à escuta e condução do profissional que as aplica, já que ambas trabalham com os potenciais humanos que precisam ser desenvolvidos, ampliados, tratados e/ou aperfeiçoados, e estas nuances, na atuação prática e no vínculo com o cliente, podem se confundir.

Por exemplo, ao utilizarmos a técnica e ferramenta poderosa do coaching para uma análise pessoal de potencialidades, que é a análise de SWOT, nos defrontamos com um dos aspectos mais difíceis de analisar da natureza humana, que são os pontos fracos de uma pessoa que busca o sucesso. Os  pontos fracos em um processo de coaching devem ser conduzidos com a utilização de técnicas objetivas pelo coach a partir da sua constatação, a fim de ajudar o seu cliente, o coachee a sanar as suas dificuldades e superar os obstáculos.

E quanto a um processo de análise psicanalítica? Os pontos fracos do cliente se espalham como os galhos de uma árvore frondosa e aparecem pelos meandros do discurso, distribuídos em suas mais diversas formas, chegando até às raízes e delineando o que nós, os psicanalistas, chamamos de subjetividade. Os pontos fracos podem ser identificados desde dificuldades que podem parecer simples, como por exemplo, uma dificuldade em elencar prioridades e estabelecer metas, até uma dificuldade a nível mais complexo, como uma baixa autoestima. Se compreendermos que um problema de autoestima está intimamente ligado a uma autoimagem que foi construída ao longo do  desenvolvimento psíquico de uma pessoa e suas raízes se apresentam nos registros inconscientes provenientes da infância, vemos que estamos diante de questões bem complexas do psiquismo. E estas, para serem tratadas, exigem uma análise mais aprofundada.

Então quais seriam os limites entre uma atuação e outra, já que toda a promoção de bem-estar da pessoa consigo mesma pode ser considerada terapêutica? Aqui vale a distinção entre os termos terapêutico e psicoterapêutico. Psicoterapia é uma metodologia de tratamento psíquico e pode ser aplicada somente pelo psicólogo e pelo médico psiquiatra, ao passo que terapêutica é toda prática que promove melhores níveis de saúde. Um processo de coaching que promove realização pessoal pode ser considerado terapêutico, na medida em que o cliente, ao alcançar as suas metas, pode ter os seus níveis de qualidade de vida e de saúde ampliados.

Talvez um bom critério a ser observado neste debate seja: Quando o coach  propõe-se a ajudar o seu coachee a progredir e consegue identificar que as dificuldades do seu cliente extrapolam o âmbito da objetividade ou percebe que este não responde bem às técnicas e ferramentas utilizadas no processo de coaching, este pode ser o momento certo de encaminhar este cliente para uma psicoterapia. Quem sabe este debate possa favorecer um diálogo mais aberto e uma parceria  mais eficaz nas condutas dos profissionais  envolvidos, a fim de ajudarem os seus clientes nos objetivos a serem alcançados.

Sobre a Consciência: “E o Cérebro Criou o Homem” Antonio Damásio

Por | Neurociências, Psicanálise | Nenhum Comentário

 

O neurocientista Antonio Damásio em seu livro  “E o Cérebro Criou o Homem” (2009) propõe-se a descrever a neurobiologia da consciência e utiliza-se do termo “testemunha” para referir-se à qualidade da mente consciente. Segundo o autor, a consciência funciona como uma testemunha da mente e esta, resultante dos processos cerebrais, compõe juntamente com a linguagem o que chamamos de self ou imagem de si mesmo. As imagens não se referem apenas ao plano visual , mas a todas as imagens sensoriais que resultam de diferentes fontes de percepção, como auditivas, olfativas, cinestésicas ou táteis, bem como provenientes de diferentes processamentos cerebrais, como linguísticos, lógicos ou matemáticos.

Para compreendermos como o cérebro torna a mente consciente Damásio utiliza-se da biologia evolucionária, explicando que a mente consciente tem passado também por um processo evolutivo sujeito a especializações necessárias e aprendizagens decorrentes da seleção natural. O corpo é a estrutura de base para a formação da consciência, que se desenvolve a partir das imagens formadas no cérebro em forma de mapas representacionais.

Como se originam os sentimentos? Damásio nos alerta: os primeiros sentimentos originam-se do tronco cerebral e não do córtex cerebral e estão relacionados ao sentimentos mais elementares como o sentimento de estar acordado ou de estar vivo. O segundo nível de self refere-se ao self central, ou seja, a relação da consciência com tudo que esteja ligado a um contexto central e atual. Por último, Damásio descreve o self autobiográfico, aquele que confere à imagem de si mesmo um olhar histórico-temporal das imagens do passado e do presente para antever o futuro, incluindo as interpretações subjetivas das experiências vividas.

O autor refere-se à consciência como uma grandiosa “obra sinfônica” capaz de coordenar informações e funções provenientes de vários níveis cerebrais e de suas relações entre o corpo, o córtex cerebral e as estruturas subcorticais. O funcionamento da consciência somente é interrompido pelo sono, por anestesia, por disfunção cerebral ou pela morte.

 

Mecanismos para administrar e preservar a vida não são exclusivos dos humanos. Pelo contrário, estão presentes inclusive entre seres unicelulares. Porém, a consciência humana confere ao homem a capacidade de criar novas maneiras de conviver nas esferas da sociedade e da cultura. A vasta capacidade da consciência permite que o ser humano faça escolhas. Mesmo que, em boa parte, suas escolhas estejam permeadas por complexos níveis inconscientes de funcionamento mental, o ser humano é capaz de afirmar o seu livre arbítrio.

A partir dos estudos sobre a consciência abre-se um vasto campo de pesquisas e novas possibilidades de articulação entre as neurociências e outras áreas da ciência e da cultura, incluindo-se a psicanálise com o seu olhar sobre os efeitos do inconsciente na estrutura do psiquismo, nas escolhas individuais, nas visões de mundo e de self, e, inclusive, sobre a consciência! A interrelação entre consciência e o funcionamento inconsciente da mente, segundo a abordagem da psicanálise, é o que permite a cada pessoa o acesso à sua subjetividade particular, ao seu perfil emocional e aos seus mecanismos de defesa através do tratamento psicanalítico.

 

 

Ao celebrar mais um ano do meu blog, agora completando o décimo ano, estou reinaugurando o meu site, que agora está mais bonito, mais moderno e mais fácil de entrar em contato comigo! Estou escrevendo novas postagens e também reatualizando as postagens antigas que foram mais significativas e que contribuíram para a compreensão de vários temas relacionados à saúde mental.

Sinto-me orgulhosa por ter conseguido cuidar do meu blog até hoje como uma mãe coruja, que não descuida da sua prole, mantendo-se alerta e permanentemente consciente de sua responsabilidade. Agradeço aos leitores por compartilharem este espaço com comentários que ampliam a nossa capacidade de reflexão e compreensão sobre o bom funcionamento do psiquismo, com idéias e informações que venham acolher as necessidades de cada um e contribuir para uma qualidade de vida melhor.

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae

Consultório São Paulo
(11) 970434427
contato@psicatarina.com
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Terapia de Casal e Questões de Gênero

Por | Terapias de Casais | Nenhum Comentário

Os conflitos do relacionamento conjugal constroem-se independentemente das orientações sexuais por tratarem-se de questões essencialmente humanas e não especificamente de gênero, embora as questões de gênero possam, por vezes, representar um fator a mais nos desentendimentos entre os casais.

Questões como carência de afeto, inveja, ciúmes, agressividade, competitividade, acomodação, desinteresse sexual e bloqueios emocionais são queixas frequentes no atendimento a casais em crise. As questões de gênero, por sua vez, podem interferir  quando um ou outro parceiro apresenta conflitos e inseguranças em relação à própria identidade de gênero e/ou sexual. Dúvidas quanto à estabilidade da relação, sentimentos de rejeição e solidão e idealizações e frustrações são problemas que atingem os casais em crise, estejam ou não associados às questões de gênero. Os problemas que se somam a uma crise no relacionamento e transformam as possibilidades de convivência em um campo cada vez mais árido devem ser analisados em um processo terapêutico de terapia de casal com profissional especializado.

A formação e o crescimento da família também costumam ser fontes de dúvidas e conflitos, pois exigem do casal muito diálogo e parceria até encontrarem um consenso quanto aos ideais e possibilidades de ambos. As mudanças socioculturais exigem adaptações que interferem na dinâmica dos casais, tanto na  decisão de ter ou não ter filhos como na divisão de tarefas e papéis familiares. As dificuldades advindas das questões mal resolvidas da história familiar e as diferenças individuais na maneira de interpretar e reagir às situações, podem, aos poucos, comprometer a saúde dos parceiros, prejudicar a qualidade do relacionamento e gerar insatisfações profundas que podem levar a uma convivência doentia ou à separação conjugal.

 

De qualquer forma, casais em crise revelam que, em algum dado momento, a relação deixou de evoluir positivamente e os parceiros se fixaram em conflitos insolúveis, passando a conviver com altos níveis de estresse e tensão, muito mais do que com experiências prazerosas. Neste momento a relação tende a tornar-se insustentável,  manifesta intenso sofrimento psíquico, e pode inclusive desencadear sintomas psíquicos e psicossomáticos. Conforme as dificuldades de convivência vão se avolumando, a impossibilidade de diálogo e  de aceitação das diferenças individuais levam a um distanciamento cada vez maior. Estes e outros aspectos disfuncionais de uma relação em crise devem ser identificados e tratados em uma Terapia de Casal. Em casos em que um dos parceiros não aceita a proposta da terapia de casal, deve-se iniciar a psicoterapia individual com aquele parceiro que esteja mais disponível para o tratamento.

Este texto foi reatualizado e reeditado por Psicóloga Catarina Rabello

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
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Olhar de frente para si mesmo Requer ousadia e serenidade

Por | Cultura, Família, Psicanálise, Reflexões | Nenhum Comentário

Os processos de psicoterapia são compreendidos como processos de autoconhecimento. Entretanto, para quem nunca fez uma terapia, este conceito parece estranho e muito vago. O que seria o autoconhecimento na área psíquica? Segundo a abordagem psicanalítica, o autoconhecimento vai muito além de conhecer as suas emoções e controlá-las quando necessário, implica descobrir sob quais mecanismos inconscientes está regido o seu psiquismo. A partir de um trabalho rigoroso de escuta do discurso do paciente o psicanalista pode ajudá-lo a descobrir as representações simbólicas que são arquivadas no inconsciente e funcionam como as motivações de suas emoções, sentimentos, pensamentos, sonhos e sintomas.

Segundo a teoria freudiana as leis do inconsciente funcionam sob os mecanismos da condensação e do deslocamento, que são mecanismos linguísticos e lógicos que se sobrepõem à logica da consciência, gerando os conteúdos inconscientes, aqueles que foram de certa maneira ocultados  da consciência frente aos limites do mundo interno e externo, às ambivalências e contradições humanas. O inconsciente é uma instância psíquica que nos move frente ao complexo universo dos afetos, desejos, ideais e emoções, e que nos leva a reagir de maneira automática e repetitiva diante das tensões cotidianas.

O sonho foi para Freud o caminho por excelência da descoberta do inconsciente e dos seus mecanismos. Os sonhos para o olhar psicanalítico permitem um acesso a conteúdos reprimidos que aparecem em imagens visuais e linguísticas distorcidas que se configuram nas cenas do sonho, como se o sonho realizasse uma verdadeira produção teatral, porém, com valor de realidade, o real do inconsciente. Tanto os personagens como as situações vividas no sonho têm uma íntima relação com conteúdos simbólicos reprimidos que podem vir a ser interpretados analiticamente, ou seja, fazem parte do funcionamento mental e neurolinguístico que segue uma lógica determinada, a lógica do inconsciente. Estamos, portanto, próximos ao campo da lógica e da linguística no processo analítico do autoconhecimento.

Olhar para si mesmo é um processo ousado? 

Sim, porque implica colocar as certezas a respeito de si mesmo e as suas justificativas em dúvida. Todos nós compomos histórias que nos levam a justificar como somos. A psicanálise permite ao paciente enxergar os pontos cegos na sua maneira de ser e se relacionar. Também permite elaborar psiquicamente as dores que se mantém provocando tristezas, angústias, ansiedades ou sintomas que são, por vezes, incapacitantes.

A iguana verde é um réptil dócil e extremamente tranquilo. É capaz de ficar horas na mesma posição contemplando o ambiente ao seu redor. Ela é mais verde quando jovem e vai mudando de cor conforme a idade até ficar totalmente acinzentada. A iguana sofre transformações com a idade, o que injustamente a leva a ser alvo de exemplos pejorativos no imaginário social quando chamamos alguém de “camaleão”. Na verdade, é saudável que possamos mudar a nossa autoimagem, que possamos reconhecer os efeitos da nossa história nas nossas falhas e possamos ressignificar algumas experiências difíceis, pois este processo pode coincidir com o amadurecimento tão desejado e com um novo olhar para a vida, menos rancoroso, mais paciente, mais esperançoso e mais autoconfiante.

Um projeto de autoconhecimento através da análise exige
serenidade e ousadia, 
persistência, escuta e observação.

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae

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Os Pais como Espelho e Neurônios-espelho

Por | Família, Neurociências | Nenhum Comentário

O que são neurônios-espelho?

 São aqueles neurônios que nos permitem apreender o mundo pela observação e constitui uma das formas mais simples e eficazes de aprendizado, esta que se dá pelo processo de imitação. Com as crianças menores esse processo de aprendizagem é bem perceptível. A criança utiliza os neurônios-espelho para aprender a assimilar os comportamentos do adulto. Entretanto, quando a criança reproduz um comportamento que é inaceitável para o seu educador e passa a ser repreendida pelo mesmo, não compreende o porquê da repreensão e percebe uma incongruência na pessoa que a educa. Ela descobre precocemente que o adulto nem sempre faz o que ele ensina e isto pode dificultar a aprendizagem dos valores e princípios éticos aos quais está sendo exposta. Esta ambivalência na postura dos adultos pode gerar conflitos intrapsíquicos na criança e confusões nos seus critérios de avaliação entre o certo e o errado, dificultando o seu desenvolvimento cognitivo, social e emocional.

Há inúmeros motivos que podem deixar os pais irritados e estressados, porém, os pais que não conseguem controlar a sua agressividade perante os filhos, seja em atos ou em palavras, estão se colocando como um espelho prejudicial à criança. Quando ela expressa e reproduz a agressividade utilizando-se de determinados comportamentos e palavras próprias do adulto, é fácil identificar que houve um aprendizado. Mas o adulto, no papel de educador evita reconhecer a sua função de espelho na formação do psiquismo infantil, porque isto exige necessariamente uma reflexão sobre a sua postura, a forma de se expressar e a necessidade de mudança de atitudes que ele manifesta frente à criança. Os pais e educadores que reconhecem que as crianças tem o adulto como a sua referência máxima e o seu modelo primordial como espelho na formação do psiquismo, desde o início do processo educativo, tendem a desenvolver uma consciência mais plena e a assumir um cuidado maior sobre as suas falas, reações e atitudes frente à criança. Desta forma, podem conduzir melhor a apreensão dos valores éticos e morais, elementos primordiais para uma boa socialização infantil. Estes valores são transmitidos pelas falas, atitudes dos adultos e pelas suas reações emocionais. Devido a estes fatores, fique em alerta: uma criança pode estar aprendendo com você um modelo por vezes incongruente de como se relacionar e se situar no mundo nos momentos de descontrole emocional. 

E quanto à autoestima? Um conceito tão utilizado no cotidiano social, mas as pessoas costumam esquecer que as bases da autoestima e autoimagem formam-se desde a mais tenra infância! A partir de tudo o que a criança ouve e percebe sobre a imagem que os pais e educadores formam sobre ela e expressam em forma de elogios, críticas, repreensões e desabafos quando estão saturados de problemas, ela vai compondo a sua autoimagem porque ela acredita no que é transmitido a ela. É necessário ter mais consciência da função educativa do adulto como um verdadeiro espelho à criança!! 

Se os neurônios-espelho são tão importantes para o aprendizado das funções sociais, a sua deficiência pode causar severos transtornos neste aprendizado. Estudos e pesquisas com crianças portadoras do transtorno do espectro autista indicam que elas podem apresentar deficiência nos neurônios-espelho, o que representa um fator importante no deficit de desenvolvimento
da criança autista para uma interação social de qualidade e aprendizagem por imitação.

 O adulto que tem condições emocionais de oferecer-se como um bom espelho à criança está contribuindo pra ela construir uma autoimagem positiva. Seja um espelho limpo ou um espelho com distorções, a criança assimilará o seu comportamento, aprenderá com o seu exemplo e reproduzirá as condutas que revelam um padrão adulto de ser.

Como assim?? Os valores éticos, as expressões de afeto, os preconceitos, as atitudes agressivas, os humores, as reações negativas, as formas de se relacionar com o outro e com o ambiente são aprendidos pela criança a partir de um modelo oferecido pelo adulto e reproduzido pelos neurônios-espelho?

As neurociências indicam que sim!! E a psicanálise confirma e acrescenta que os traços de memórias inconscientes registrados pela criança ajudam a compor o que se tornará na fase adulta a sua subjetividade.

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
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Psicologia em casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral)

Por | Psicanálise | Nenhum Comentário

O paciente acometido pelo AVC (Acidente Vascular Cerebral) pode apresentar sequelas motoras, alterações de linguagem e distúrbios psíquicos. Os danos psicológicos mais comuns do AVC estão ligados a sintomas depressivos, como apatia, desânimo, tristeza, irritabilidade, baixa tolerância a frustrações e perda da autoestima, o que leva o paciente a perder a esperança na recuperação plena de suas funções e reduzir os seus esforços para o processo de reabilitação. Os sintomas de linguagem compreendem desde um quadro de afasia até alterações na movimentação dos órgãos fono-articulatórios gerando dificuldades de fala, mastigação, deglutição, alterações de memória, compreensão e expressão.

Sintomas depressivos e alterações do humor

Os sintomas depressivos podem retardar o processo de recuperação na área funcional, cognitiva e motora, interferindo negativamente na recuperação da marcha, memória, fala e escrita. Os familiares podem observar alterações no comportamento do paciente que são difíceis de contornar, pois é comum o aumento da irritabilidade e agressividade frente às suas limitações físicas e motoras e às dificuldades da família em compreender e encontrar maneiras adequadas para lidar com o paciente. O sucesso da reabilitação depende de múltiplos fatores como gravidade e extensão da lesão, faixa etária,  estrutura psíquica do paciente, estrutura familiar e fatores sócio/econômico/culturais.

Entre os profissionais que compõem a equipe de reabilitação do paciente pós- AVC encontramos o psicólogo, o fonoaudiólogo e o fisioterapeuta, os quais, em parceria, podem assumir uma postura única visando a potencialização de recursos internos do paciente para a aceitação dos limites e melhora da autoestima, fator coadjuvante e fundamental para a recuperação das funções motoras ligadas à marcha, às atividades de vida diária e à comunicação oral e escrita. Algumas limitações podem ser incapacitantes e duradouras, outras podem ser minimizadas com a reabilitação, contudo todas podem causar um enorme desgaste emocional para o paciente e sua família. Em casos em que os sintomas psíquicos perduram ou intensificam-se torna-se necessário um acompanhamento psiquiátrico associado à psicoterapia.

Orientação familiar e psicologia

A orientação familiar é fundamental para facilitar a aceitação e adaptação às novas condições de vida do paciente, agora com as sequelas e perdas decorrentes do AVC, o que pode interferir no comportamento do paciente e provocar conflitos de opiniões entre os familiares quanto à melhor conduta. A família está sujeita às mudanças impostas pelas sequelas do paciente acometido pelo AVC, sendo a perda da independência e autonomia do paciente um dos problemas mais difíceis de aceitar e administrar no meio familiar. Em especial, se a família já enfrentava conflitos de relacionamento com o paciente ou com os familiares entre si, as questões de como assumir os cuidados com o paciente podem se complicar ainda mais.

Como a Fonoaudiologia foi a minha primeira carreira profissional, tenho bastante experiência em casos de AVC. Não atendo mais como fonoaudióloga. Hoje o meu trabalho é direcionado para o atendimento psicológico e psicanalítico e orientação familiar em casos de alterações psíquicas associadas a transtornos neurológicos. Também utilizo a abordagem de Coaching para a reintegração social e profissional aos pacientes com sequelas neurológicas.

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
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Confidências de uma Hera ao Divã

Por | Reflexões | Nenhum Comentário

Era tão bonita a nossa Hera!
Uma paisagem tão linda
quanto sensível da minha janela…

Era ela que encantava
quem ao divã se deitava
Escutava todos os
questionamentos
Respondia com seu sorriso
Alegre verde suave
No silêncio acolhia
toda sorte de desapontamentos
Seu olhar
quase como um espelho
Verdadeiramente fiel
E profundo ao extremo

Era a Hera quem nos aconselhava
Com voz firme
Ela indicava
dizia
Vá!
Agarre-se
com unhas e dentes
Vá de encontro ao seu desejo
Faça como eu faço
Assim como eu
crescerá
Forte
e
Resistente!!

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
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