Os conflitos do relacionamento conjugal constroem-se independentemente das orientações sexuais por tratarem-se de questões essencialmente humanas e não especificamente de gênero, embora as questões de gênero possam, por vezes, representar um fator a mais nos desentendimentos entre os casais.
Questões como carência de afeto, inveja, ciúmes, agressividade, competitividade, acomodação, desinteresse sexual e bloqueios emocionais são queixas frequentes no atendimento a casais em crise. As questões de gênero, por sua vez, podem interferir quando um ou outro parceiro apresenta conflitos e inseguranças em relação à própria identidade de gênero e/ou sexual. Dúvidas quanto à estabilidade da relação, sentimentos de rejeição e solidão e idealizações e frustrações são problemas que atingem os casais em crise, estejam ou não associados às questões de gênero. Os problemas que se somam a uma crise no relacionamento e transformam as possibilidades de convivência em um campo cada vez mais árido devem ser analisados em um processo terapêutico de terapia de casal com profissional especializado.
A formação e o crescimento da família também costumam ser fontes de dúvidas e conflitos, pois exigem do casal muito diálogo e parceria até encontrarem um consenso quanto aos ideais e possibilidades de ambos. As mudanças socioculturais exigem adaptações que interferem na dinâmica dos casais, tanto na decisão de ter ou não ter filhos como na divisão de tarefas e papéis familiares. As dificuldades advindas das questões mal resolvidas da história familiar e as diferenças individuais na maneira de interpretar e reagir às situações, podem, aos poucos, comprometer a saúde dos parceiros, prejudicar a qualidade do relacionamento e gerar insatisfações profundas que podem levar a uma convivência doentia ou à separação conjugal.
De qualquer forma, casais em crise revelam que, em algum dado momento, a relação deixou de evoluir positivamente e os parceiros se fixaram em conflitos insolúveis, passando a conviver com altos níveis de estresse e tensão, muito mais do que com experiências prazerosas. Neste momento a relação tende a tornar-se insustentável, manifesta intenso sofrimento psíquico, e pode inclusive desencadear sintomas psíquicos e psicossomáticos. Conforme as dificuldades de convivência vão se avolumando, a impossibilidade de diálogo e de aceitação das diferenças individuais levam a um distanciamento cada vez maior. Estes e outros aspectos disfuncionais de uma relação em crise devem ser identificados e tratados em uma Terapia de Casal. Em casos em que um dos parceiros não aceita a proposta da terapia de casal, deve-se iniciar a psicoterapia individual com aquele parceiro que esteja mais disponível para o tratamento.
Este texto foi reatualizado e reeditado por Psicóloga Catarina Rabello
Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae
Consultório São Paulo
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