Psicologia em casos de AVC (Acidente Vascular Cerebral)

Por 9 de fevereiro de 2018Psicanálise

O paciente acometido pelo AVC (Acidente Vascular Cerebral) pode apresentar sequelas motoras, alterações de linguagem e distúrbios psíquicos. Os danos psicológicos mais comuns do AVC estão ligados a sintomas depressivos, como apatia, desânimo, tristeza, irritabilidade, baixa tolerância a frustrações e perda da autoestima, o que leva o paciente a perder a esperança na recuperação plena de suas funções e reduzir os seus esforços para o processo de reabilitação. Os sintomas de linguagem compreendem desde um quadro de afasia até alterações na movimentação dos órgãos fono-articulatórios gerando dificuldades de fala, mastigação, deglutição, alterações de memória, compreensão e expressão.

Sintomas depressivos e alterações do humor

Os sintomas depressivos podem retardar o processo de recuperação na área funcional, cognitiva e motora, interferindo negativamente na recuperação da marcha, memória, fala e escrita. Os familiares podem observar alterações no comportamento do paciente que são difíceis de contornar, pois é comum o aumento da irritabilidade e agressividade frente às suas limitações físicas e motoras e às dificuldades da família em compreender e encontrar maneiras adequadas para lidar com o paciente. O sucesso da reabilitação depende de múltiplos fatores como gravidade e extensão da lesão, faixa etária,  estrutura psíquica do paciente, estrutura familiar e fatores sócio/econômico/culturais.

Entre os profissionais que compõem a equipe de reabilitação do paciente pós- AVC encontramos o psicólogo, o fonoaudiólogo e o fisioterapeuta, os quais, em parceria, podem assumir uma postura única visando a potencialização de recursos internos do paciente para a aceitação dos limites e melhora da autoestima, fator coadjuvante e fundamental para a recuperação das funções motoras ligadas à marcha, às atividades de vida diária e à comunicação oral e escrita. Algumas limitações podem ser incapacitantes e duradouras, outras podem ser minimizadas com a reabilitação, contudo todas podem causar um enorme desgaste emocional para o paciente e sua família. Em casos em que os sintomas psíquicos perduram ou intensificam-se torna-se necessário um acompanhamento psiquiátrico associado à psicoterapia.

Orientação familiar e psicologia

A orientação familiar é fundamental para facilitar a aceitação e adaptação às novas condições de vida do paciente, agora com as sequelas e perdas decorrentes do AVC, o que pode interferir no comportamento do paciente e provocar conflitos de opiniões entre os familiares quanto à melhor conduta. A família está sujeita às mudanças impostas pelas sequelas do paciente acometido pelo AVC, sendo a perda da independência e autonomia do paciente um dos problemas mais difíceis de aceitar e administrar no meio familiar. Em especial, se a família já enfrentava conflitos de relacionamento com o paciente ou com os familiares entre si, as questões de como assumir os cuidados com o paciente podem se complicar ainda mais.

Como a Fonoaudiologia foi a minha primeira carreira profissional, tenho bastante experiência em casos de AVC. Não atendo mais como fonoaudióloga. Hoje o meu trabalho é direcionado para o atendimento psicológico e psicanalítico e orientação familiar em casos de alterações psíquicas associadas a transtornos neurológicos. Também utilizo a abordagem de Coaching para a reintegração social e profissional aos pacientes com sequelas neurológicas.

 

Catarina Rabello
Psicóloga CRP 30103/06
Atendimento a adultos, adolescentes, casais e famílias
Psicanalista membro efetivo do Departamento de Psicanálise do I. Sedes Sapientiae

Consultório São Paulo
(11) 970434427
contato@psicatarina.com
SP zona oeste:    Perdizes  R. Ministro Godoi, 1301
SP zona leste:    Tatuapé   R. Serra de Botucatu, 48

Deixar um comentário